"Todos os homens nascem iguais e todos têm o mesmo direito"
Declaração dos Direitos Humanos
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Educar para a cidadania é, antes de tudo, educar para viver em sociedade. Educar de modo que todos entendam que a realidade vai muito além daquilo que vemos em nossas casas, nas ruas de nosso bairro, nos espaços de lazer que frequentamos.
Há dois mundos distintos que separam os alunos das escolas publicas e privadas espalhadas pelo mundo. Afinal, o Brasil não é um país com o “privilegio” de ter pobreza, miséria e grandes diferenças sociais. Elas estão por toda parte, em todos os contextos sociais, sob qualquer regime político.
Afinal, o que sensibiliza nossos jovens e crianças para o respeito às diversidades e a cidadania ? A briga entre adolescentes incentivada por uma mãe e filmada por um colega? A professora hospitalizada por conta de um bloco de concreto jogado no parabrisas de seu carro? Os moradores das cidades do sul e sudeste do país que tiveram suas casas destruídas pela chuva, enchentes e tornados? Trabalhadores que invadem o lixão das cidades durante a madrugada, enfrentando baixas temperaturas e risco de contaminação, em busca de lixo reciclável? A doença provocada pela contaminação das águas das enchentes? A falta de recursos para uma educação melhor? A fome?
Podemos dizer que a linha que separa os “mundos escolares”, enquanto divisão de classes e realidades, tem o nome de aceitação ou conformismo. Isto é, a não indignação para o modo como cada um dos seres humanos vive ou sobrevive.
Aceitar ou conformar-se de que a realidade da fome é, para algumas crianças, satisfazer-se com o que é colocado a sua frente sem questionar se tem “cebola”, “molho de tomates” ou com que tempero foi preparado. Sem direito ao “não gosto, não quero!”
Que a realidade da educação é para muitos, sentar-se em bancos quebrados numa sala com goteiras, usar livros usados, ir de chinelo furado para a escola e ficar muito feliz quando ganham um lápis novo sem o direito de escolha : “quero o caderno com a capa do herói da TV , mochila de rodinhas da Hello Kitty e tênis Nike”. E para muitos outros é a merenda ou o vale-leite ao qual terão direito.
A violência não é fruto deste século, nem nos anteriores. Ela existe desde que o homem sente fome: fome do poder, fome de direitos, fome de feijão com arroz, fome de conhecimento, fome da aceitação, fome de respeito, fome de reconhecimento.
Educar para a cidadania é antes de tudo educar para o desenvolvimento das inteligências “inter e intrapessoal“ , conhecimento de si mesmo –quem sou? Como sou? Minhas possibilidades e limites? Meus valores ?- E colocar-se no lugar do outro, sensibilizar-se, contribuir para a transformação positiva da realidade que o cerca.
Um desafio para o educador e para as famílias que, muitas vezes preocupados com a segurança de seus filhos, os enclausura em cúpulas superprotetoras, impedindo a visão mais ampla do mundo que o rodeia.
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Educar para a cidadania é, antes de tudo, educar para viver em sociedade. Educar de modo que todos entendam que a realidade vai muito além daquilo que vemos em nossas casas, nas ruas de nosso bairro, nos espaços de lazer que frequentamos.
Há dois mundos distintos que separam os alunos das escolas publicas e privadas espalhadas pelo mundo. Afinal, o Brasil não é um país com o “privilegio” de ter pobreza, miséria e grandes diferenças sociais. Elas estão por toda parte, em todos os contextos sociais, sob qualquer regime político.
Afinal, o que sensibiliza nossos jovens e crianças para o respeito às diversidades e a cidadania ? A briga entre adolescentes incentivada por uma mãe e filmada por um colega? A professora hospitalizada por conta de um bloco de concreto jogado no parabrisas de seu carro? Os moradores das cidades do sul e sudeste do país que tiveram suas casas destruídas pela chuva, enchentes e tornados? Trabalhadores que invadem o lixão das cidades durante a madrugada, enfrentando baixas temperaturas e risco de contaminação, em busca de lixo reciclável? A doença provocada pela contaminação das águas das enchentes? A falta de recursos para uma educação melhor? A fome?
Podemos dizer que a linha que separa os “mundos escolares”, enquanto divisão de classes e realidades, tem o nome de aceitação ou conformismo. Isto é, a não indignação para o modo como cada um dos seres humanos vive ou sobrevive.
Aceitar ou conformar-se de que a realidade da fome é, para algumas crianças, satisfazer-se com o que é colocado a sua frente sem questionar se tem “cebola”, “molho de tomates” ou com que tempero foi preparado. Sem direito ao “não gosto, não quero!”
Que a realidade da educação é para muitos, sentar-se em bancos quebrados numa sala com goteiras, usar livros usados, ir de chinelo furado para a escola e ficar muito feliz quando ganham um lápis novo sem o direito de escolha : “quero o caderno com a capa do herói da TV , mochila de rodinhas da Hello Kitty e tênis Nike”. E para muitos outros é a merenda ou o vale-leite ao qual terão direito.
A violência não é fruto deste século, nem nos anteriores. Ela existe desde que o homem sente fome: fome do poder, fome de direitos, fome de feijão com arroz, fome de conhecimento, fome da aceitação, fome de respeito, fome de reconhecimento.
Educar para a cidadania é antes de tudo educar para o desenvolvimento das inteligências “inter e intrapessoal“ , conhecimento de si mesmo –quem sou? Como sou? Minhas possibilidades e limites? Meus valores ?- E colocar-se no lugar do outro, sensibilizar-se, contribuir para a transformação positiva da realidade que o cerca.
Um desafio para o educador e para as famílias que, muitas vezes preocupados com a segurança de seus filhos, os enclausura em cúpulas superprotetoras, impedindo a visão mais ampla do mundo que o rodeia.
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A fim de auxiliar nesta tarefa selecionei alguns materiais que podem ser úteis para o desencadeamento de projetos de estudos no que diz respeito à Educação para a Cidadania . Vale lembrar que este é um tema que não se ensina, mas que são aprendidos a partir da oportunidade de questionamentos, de vivência e do convívio com modelos positivos.
Minha sugestão é sensibilizar o grupo com um destes curta-metragens (ou com ambos):
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A fim de auxiliar nesta tarefa selecionei alguns materiais que podem ser úteis para o desencadeamento de projetos de estudos no que diz respeito à Educação para a Cidadania . Vale lembrar que este é um tema que não se ensina, mas que são aprendidos a partir da oportunidade de questionamentos, de vivência e do convívio com modelos positivos.
Minha sugestão é sensibilizar o grupo com um destes curta-metragens (ou com ambos):
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“Ilha das Flores”
Diretor: Jorge Furtado
Ano: 1989
Duração: 13:00
Discute, de modo didático e bem humorado a formação da sociedade de consumo. Acompanha a trajetória de um “tomate” desde a sua plantação até virar lixo. Neste percurso dá pistas da geração de riquezas e desigualdades sociais.
Disponível em: http://video.google.com/videoplay?docid=5310352391555601366
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“Chicken a la Carte”
Diretor: Ferdinand Dimadura
Ano: 2005
Duração: 06:09
O filme trata da fome e da pobreza decorrente do processo de globalização. Chama a atenção para o fato que em todo o mundo, cerca de dez mil pessoas morrem todos os dias de fome e desnutrição. Mostra uma parcela da população esquecida pela sociedade e que sobrevive daquilo que não serve mais ao homem.
O propósito desta produção é o de sensibilizar para as diversidades e desigualdades tão marcantes na atualidade. As imagens são tão claras que dispensam a tradução dos textos em inglês.
Disponível no final deste post.
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Proposta de Projeto de Trabalho:
A partir da discussão dos filmes, elencar com o grupo os subtemas possíveis para pesquisa (violência, fome, desigualdade social, oportunidade de trabalho, lixo X luxo, desperdício, direitos humanos, políticas públicas, doença, contaminação, preservação de meio ambiente, trabalho social, educação de qualidade, liberdade e escolha, etc).
Lembrem-se de que um projeto de pesquisa parte de um questionamento, uma pergunta a ser respondida. Desafie seus alunos a pensarem os “por quês” e os investigarem.
Quanto o produto final das pesquisas, que tal a produção de documentários (com os recursos que tiverem), diários, folders, instalações, blogs, seminários...
Selecionei três indicações bibliográficas a fim de auxiliar o processo de construção do projeto, isto é, desenvolver nos estudantes auto-conhecimento e reflexão a cerca do conviver. Caso contrário, corre-se o risco de se fazer um “tarefão” e uma “super exposição de trabalho aos pais”, mas que no final não transforma ninguém.
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- Coleção Dialogando e Refletindo : Cidadania – Vol. 5 – Naldemir Maria Mendes – Ed Vozes – 2004
- Eu& os outros – Melhorando as relações – Iacocca – Ed. Atica – 1998
- Programa vivendo valores na Educação – Atividades com valores para Estudantes de 7 a 14 anos – Diane Tillman - Ed. Confluência – 2004
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Cabe a cada educador adaptar material e atividade de acordo com o grupo com o qual trabalha: faixa etária, recursos disponíveis, experiências extra-curriculares, necessidades do grupo, etc.
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Bom trabalho!
Um abraço,
Maria Angela
Diretor: Jorge Furtado
Ano: 1989
Duração: 13:00
Discute, de modo didático e bem humorado a formação da sociedade de consumo. Acompanha a trajetória de um “tomate” desde a sua plantação até virar lixo. Neste percurso dá pistas da geração de riquezas e desigualdades sociais.
Disponível em: http://video.google.com/videoplay?docid=5310352391555601366
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“Chicken a la Carte”
Diretor: Ferdinand Dimadura
Ano: 2005
Duração: 06:09
O filme trata da fome e da pobreza decorrente do processo de globalização. Chama a atenção para o fato que em todo o mundo, cerca de dez mil pessoas morrem todos os dias de fome e desnutrição. Mostra uma parcela da população esquecida pela sociedade e que sobrevive daquilo que não serve mais ao homem.
O propósito desta produção é o de sensibilizar para as diversidades e desigualdades tão marcantes na atualidade. As imagens são tão claras que dispensam a tradução dos textos em inglês.
Disponível no final deste post.
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Proposta de Projeto de Trabalho:
A partir da discussão dos filmes, elencar com o grupo os subtemas possíveis para pesquisa (violência, fome, desigualdade social, oportunidade de trabalho, lixo X luxo, desperdício, direitos humanos, políticas públicas, doença, contaminação, preservação de meio ambiente, trabalho social, educação de qualidade, liberdade e escolha, etc).
Lembrem-se de que um projeto de pesquisa parte de um questionamento, uma pergunta a ser respondida. Desafie seus alunos a pensarem os “por quês” e os investigarem.
Quanto o produto final das pesquisas, que tal a produção de documentários (com os recursos que tiverem), diários, folders, instalações, blogs, seminários...
Selecionei três indicações bibliográficas a fim de auxiliar o processo de construção do projeto, isto é, desenvolver nos estudantes auto-conhecimento e reflexão a cerca do conviver. Caso contrário, corre-se o risco de se fazer um “tarefão” e uma “super exposição de trabalho aos pais”, mas que no final não transforma ninguém.
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- Coleção Dialogando e Refletindo : Cidadania – Vol. 5 – Naldemir Maria Mendes – Ed Vozes – 2004
- Eu& os outros – Melhorando as relações – Iacocca – Ed. Atica – 1998
- Programa vivendo valores na Educação – Atividades com valores para Estudantes de 7 a 14 anos – Diane Tillman - Ed. Confluência – 2004
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Cabe a cada educador adaptar material e atividade de acordo com o grupo com o qual trabalha: faixa etária, recursos disponíveis, experiências extra-curriculares, necessidades do grupo, etc.
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Bom trabalho!
Um abraço,
Maria Angela